quinta-feira, 5 de março de 2009

Mulheres discutirão a crise mundial e os seus impactos neste 8 de Março

O tema do Dia Internacional da Mulher deste ano em Palmas e Araguaína é a crise mundial e a vida das mulheres. A coordenadora Político-Pedagógico da ONG Casa 8 de Março, Bernadete Ferreira, explicou que os impactos do desequilíbrio econômico já está sendo refletido no dia-a-dia das mulheres. Ela detalhou que o dinheiro destinado as políticas públicas estão sendo remanejados para outras áreas. A proposta de alternativa dos impactos da crise do movimento feminista é a defesa dos sistemas públicos de previdência social universal e sistemas públicos de assistência social. “O modelo capitalista de Estado, que se reinventa às nossas custas em cada uma de suas derrocadas, não nos serve, não serve ao mundo e ao desenvolvimento sustentável da humanidade”, ressaltou.

Em relação a participação das mulheres na política, Bernadete afirmou que no Tocantins poucas mulheres se declaram feministas, e estas estão fazendo a micro-política e lutando pela democracia participativa junto aos movimentos sociais. No âmbito partidário, segundo a coordenadora da ONG, as mulheres são pouquíssimas. “Há um número crescente, mas em um ritmo lento, de mulheres na política partidária e eleitoral por causa das cotas, mas esse número oscila de eleição para eleição”, disse. Mas, Bernadete destacou que esse crescimento não é um reflexo de um avanço da conscientização das mulheres enquanto sujeitos políticos.

Para Bernadete as mulheres ainda não estão participando da política devido ao “medo” e o “desconhecimento” de uma vivência feminista do poder, como também pelo mito de que política é “coisa para homens”. Outro fator apontado é o não compartilhamento das funções do espaço privado que tradicionalmente são relegadas às mulheres e que as impedem de assumir mais funções e atividades no espaço público. Bernadete acrescentou que, a “impossibilidade de enfrentar os preconceitos e sabotagens” de uma atuação política realmente qualificada, esse modelo de política institucionalizada que se fundamenta na democracia representativa e machista no Brasil, contribui para o afastamento das mulheres.

Programação
A programação do 8 de Março em Palmas será aberto com a Ação Global na Feira da Quadra 307 Norte (Arno 33) na sexta-feira, 6, às 9 horas. A atividade contará com corte de cabelo, manicure e dicas de saúde. Os interessados devem ficar atentos ao intervalo para o almoço e que a ação encerra às 17 horas. Para o sábado, 7, será a comemoração dos 11 anos da ONG Casa 8 de Março. O domingo, 8, haverá uma batucada a partir das 17 horas na Praça do Bosque, onde serão distribuídos pela feira panfletos sobre a luta pelos direitos das mulheres. As integrantes dos movimentos sociais também farão falas no palco sobre a realidade das mulheres no Estado e no País.

Publicada no jornal O Estado: 05/03/2009 - Tocantins

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