quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ribeirinhos protestam em frente a construção da Usina Hidrelétrica de Estreito

Cerca de 400 ribeirinhos, agricultores, pescadores, extrativistas, barqueiros, barraqueiros, tentaram ocupar o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica (UHE) de Estreito nesta terça-feira, 11, às 6 horas. A Polícia Militar do Maranhão, segundo o coordenador estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Cirineu Rocha, esperava pelos manifestantes, com alguns tiros para o alto, impediram os de entrar no canteiro de obra. Os ribeirinhos estão acampados na entrada principal da construção da barragem, em protesto, não permitem a entrada dos funcionários na obra.

Rocha disse que ainda nesta terça-feira chegarão os indígenas Krahô e Apinajé para reivindicarem junto com os ribeirinhos uma audiência com os órgãos responsáveis do governo federal pela construção da hidrelétrica. O coordenador do MAB informou que a expectativa é que chegue a 1000 manifestantes em frente a barragem do Estreito. "Reivindicamos a criação de um espaço para discutir as nossas propostas em relação a hidrelétrica", ressaltou.

A construção de barragens no Brasil e no mundo tem causado a destruição de florestas, a morte de animais, o desmatamento de florestas, o fim de muitas espécies de peixes, o fim das vazantes. O impacto vai além do ambiental, como também político, econômico, social e cultural. As hidrelétricas provocam o aumento de preço dos alimentos, desaparecimento das melhores áreas de terra, o deslocamento de milhares de famílias, liberação de gás metano, aumento do aquecimento da terra, destruição de famílias, comunidades, cidades.

Estreito
A UHE de Estreito não e diferente do que tem acontecido em outros processos de construção de usinas, ate porque as pessoas que estão à frente deste projeto são as mesmas que já fizeram muita destruição em outros rios, em outros lugares. O presidente do CESTE, consórcio que constrói a hidrelétrica, é a mesma pessoa que comandou o fim de varias comunidades e famílias em Serra da Mesa, e ainda esteve a frente da construção de Cana Brava onde o destino de centenas de famílias foi construir uma favela na cidade de Minaçu, e passarem a depender de cestas básicas do governo federal.

Estreito faz parte das obras "licitadas", ou melhor, "doadas" às empresas que exploram minérios como: alumínio e ferro. Ou seja, a energia produzida na barragem será utilizada nas plantas de alumínio e nas siderúrgicas, e estas serão exportadas para os países de primeiro mundo. "Essas empresas de vários países estão fazendo com o Brasil o mesmo que os portugueses fizeram roubando as nossas riquezas para manter o padrão de vida deles. E nos ficamos com o que com os problemas como: a violência, a prostituição, as DSTs e a fome".

Divulgação à imprensa:11/03/2008 - Maranhão

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