terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

30 famílias são despejadas ilegalmente por grupo armado

Silvano Rezende
Comissão Pastoral da Terra (CPT) Araguaia/Tocantins

Trinta famílias do acampamento Bom Jesus (fazenda Recreio), situado em terras da União, em Palmeirante - TO, foram despejadas, em 11 de julho, por um grupo de fazendeiros e policiais que não estariam de posse de mandado judicial. Segundo testemunhas, eles teriam derrubado os barracos com machado e portariam seis pistolas 765 e um revólver 38.

O trabalhador rural Gean Antonio da Silva acrescentou que, às 10:00 h da manhã, o grupo liderado pelos fazendeiros Paulo Freitas e "Pedão", residentes na cidade de Araguaína - TO, teriam chegado ao assentamento acompanhados de quatro policiais militares e um policial civil. Silva teria identificado um dos policiais, conhecido em Palmeirante como “Sousa”. Já o fazendeiro “Pedão” seria o proprietário do Hotel Serra Negra, em Araguaína.

Ainda, segundo Silva, após destruírem o acampamento, teriam conduzido, em um Toyota, mulheres e crianças para outra parte da fazenda, a 2 km de distância do assentamento, à beira de um rio e ao relento. Ao transferirem as famílias sem mandado judicial, teriam dando a elas até o dia seguinte para se retirarem da propriedade. Silva informou que uma das pessoas do grupo armado teria declarado: "volto amanhã cedo e se encontrar pessoas nesse local não vou respeitar nem criança e ninguém, vou bater em todo mundo". Outro teria acrescentado: "não existe autoridade nenhuma que nos impedirá de tirar vocês daqui, pois a terra tem dono".

Os casos de violência provocados contra as famílias do acampamento Bom Jesus vêm acontecendo há algum tempo. No dia 12 de Junho, o trabalhador rural Edimilson Marçal registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Palmeirante-TO, registrando a presença de pessoas estranhas nas proximidades do acampamento, que deram vários tiros a fim de intimidar as famílias acampadas.

Em 18 de Junho, foi levado ao conhecimento do Dr. Gercino José da Silva Filho, da Ouvidoria Agrária do INCRA de Brasília-DF; e do Capitão Limeira, do Comando da Polícia Militar de Colinas-TO, denúncias de ameaças, intimidações e violência praticadas por Policiais Militares do município de Palmeirante-TO contra os trabalhadores rurais Edmilson Marçal, Gean Antonio da Silva e José Nilton. Tais fatos não foram apurados e em menos de um mês voltaram-se a repetir as agressões. A violência teria sido praticada por um policial conhecido por "Coelho", de Palmeirante-TO, que bateu no trabalhador José Nilton com um facão.

Divulgação à imprensa: 16/07/2007 - Tocantins

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