sábado, 31 de janeiro de 2009

Ação do FSM no Tocantins será na aldeia Apinajé São José

O Fórum Estadual de Lutas por Terra, Trabalho e Cidadania fará ato do Fórum Social Mundial (FSM) na aldeia São José, da etnia Apinajé, em Tocantinópolis.

O Fórum Estadual de Lutas por Terra, Trabalho e Cidadania fará ato do Fórum Social Mundial (FSM) na aldeia São José, da etnia Apinajé, em Tocantinópolis. O evento será nesse sábado, 26, é marca as mobilizações do FSM 2008 que este ano tem um caráter descentralizado, e terão mais de 600 eventos sendo realizados em 72 países.

A visita do fórum é uma manifestação de solidariedade e apoio político aos Apinajé em relação aos conflitos na região. Eles farão entrevistas com os indígenas, visitarão as duas aldeias abandonadas devido a opressão e o terror que os indígenas passaram. Ainda, as entidades e movimentos populares discutirão estratégias políticas para solucionar a questão.

Em dezembro de 2007, houve um conflito entre os indígenas e funcionários da prefeitura de Cachoeirinha. Os funcionários teriam invadido a aldeia armados, encapuzados e atirando. O intuito da ação foi recuperar um trator apreendido, pelos indígenas da aldeia Cocalinha, localizada em Cachoeirinha, em reivindicação a uma construção de uma ponte entre a aldeia e a cidade.

Segundo o relatório da Polícia Militar, os Apinajé estavam se preparando para uma partida de futebol quando os homens chegaram atirando para o alto, enquanto um deles, Roni Cordeiro funcionou o trator e fugiu. Revoltados, a comunidade voltou-se contra os quatro homens, que estavam no gol, golpeando-os com pauladas e ainda destruíram o veículo e levaram as armas usadas pelas vítimas.A aldeia Cocalinho teve as casas incendiadas no dia 24 de dezembro.


Participarão da atividade o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Centro de Direitos Humanos de Palmas (CDHP), Organização Indigenista do Tocantins (OIT), a ONG Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins (Apato) e o Instituto de Direitos Humanos e Meio Ambiente.

Matéria (

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Gerente do Ceste é preso em flagrante como possível autor de disparos contra manifestantes

Gerente do Consórcio Estreito Energia (Ceste) foi preso em flagrante, ontem, por ser o possível autor dos disparos que atingiram um dos manifestantes acampados em frente ao canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE Estreito), localizada no município de mesmo nome, no Maranhão. Os disparos teriam acontecido durante a noite, na terça-feira, 11.
O advogado Nonnato Masson, defensor do caso por parte dos manifestantes, informou que testemunhas afirmaram que o gerente havia visitado o acampamento pela manhã fazendo ameaças para que eles saíssem do local, caso contrário, ele mesmo os tiraria. Durante a tarde, o gerente do Ceste ainda teria voltado duas vezes, fazendo as mesmas ameaças. Mas foi durante a noite que ele teria voltado e efetuado seis tiros, atingindo um manifestante do MST, que precisou ser levado ao hospital da cidade.
A entrada do canteiro de obras da UHE Estreito está ocupada desde a manhã da dia 11, por cerca de 400 ribeirinhos, agricultores, pescadores, extrativistas, barqueiros e barraqueiros. Segundo o coordenador estadual do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Cirineu Rocha, indígenas Krahô e Apinajé devem chegar hoje ao local da manifestação para reivindicarem junto com os ribeirinhos uma audiência com órgãos do governo federal, responsáveis pela construção da usina.

Matéria (12/03/2008, Maranhão)

Vigilância Armada

MPF reconhece imprescritível o crime de trabalho escravo

O Ministério Público Federal (MPF), em um parecer do Subprocurador-Geral da República, Claudio Lemos Fonteles, reconheceu que o crime de submeter alguém a condição análoga a de escravo, sob vigilância armada, é imprescritível. Publicado no mês de março deste ano, o parecer contribui para a luta de alguns segmentos organizados da sociedade em erradicar o trabalho escravo.

O parecer é fruto de um recurso apresentado pela assessoria jurídica do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos (CDVDH), em Açailândia - MA, representando um trabalhador que foi vítima de trabalho escravo. Sua intenção era modificar a decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão, que manteve a decisão do juiz da Comarca de João Lisboa/MA. A decisão do juiz havia considerado prescrita a acusação contra o fazendeiro Miguel Resende de escravizar trabalhadores em suas fazendas.

A Assessoria Jurídica do CDVDH argumenta que o crime de submeter alguém a trabalho escravo, sob vigilância armada, fere o artigo 5° da Constituição Federal que diz: “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”. Neste caso, a tese apresentada pelo CDVDH é de que ao utilizar a presença de jagunços armados para coagir os trabalhadores o fazendeiro Miguel Resende cometeu crime imprescritível.

A ação contra Miguel Rezende começou com as fiscalizações ocorridas, nos anos de 1996 e 1997, nas fazendas Zonga e Pindaré, flagradas com 86 trabalhadores em situação de escravidão. Por esse motivo o proprietário, Miguel Resende, estava sendo processado na Justiça Federal. No entanto, em 2004, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o processo passasse a ser de responsabilidade da Justiça Estadual. Mas como, desde a fiscalização que deu origem ao processo, haviam se passado sete anos e cinco meses, o juiz de João Lisboa entendeu que o processo já estava prescrito e decidiu por sua extinção.

Em relação ao “gato” [aliciador de trabalhadores a serviço do fazendeiro] Francisco Barroso da Silva, o juiz da Comarca de João Lisboa/ MA, decretou sua prisão preventiva. Francisco Barroso, também processado pela Justiça Federal pela existência de trabalhadores escravos nas fazendas de Miguel Resende, nunca compareceu às convocatórias desse processo. Motivo pelo qual sua prisão foi decretada. Porém, até este momento, o “gato” Barroso permanece foragido.

O crime de submeter alguém a trabalho escravo tem pena máxima de oito anos de prisão, de acordo com o artigo 149 do Código Penal Brasileiro. Os crimes com pena de até oito anos prescrevem, para a justiça, em 12 anos. No caso do fazendeiro Miguel Rezende, que possui mais de 70 anos, esse tempo cai para a metade: seis anos.

Sete anos e cinco meses se passaram desde o início do processo contra Miguel Resende e a justiça brasileira ainda estava discutindo a quem cabia julgar o processo, à justiça federal ou estadual. A morosidade da justiça brasileira favorece que crimes cometidos contra os direitos humanos aconteçam e fiquem impunes.

O parecer do Ministério Público Federal renova as chances dos crimes de trabalho escravo serem punidos. O Procurador da República, Cláudio Fonteles, concordou que o crime de trabalho escravo é imprescritível se cometido com a presença de grupo armado. Porém, no caso do fazendeiro Miguel Resende, opina pelo desprovimento do recurso, por entender que não ficou provado que na fazenda havia um grupo armado. Ele reafirmou a decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão que “entendeu que a tese da imprescritibilidade por presença de grupo armado deveria ter sido 'trabalhada desde o início’” e que “tal providência, se tomada, poderia ter evitado a ocorrência da prescrição e a extinção da punibilidade”.

Contudo o assessor jurídico do CDVDH, Nonnato Masson, afirma que “a existência de grupo armado, que caracteriza a imprescritibilidade” foi citada desde o início do processo, “inclusive fazendo referência à apreensão de armas pela Polícia Federal”. Masson cita ainda que a existência de grupo armado para o cometimento do crime foi o meio utilizado “para a execução dos crimes de submissão de trabalhadores à condição análoga a de escravo e os outros crimes contra a organização do trabalho que o recorrido é acusado”

O recurso foi encaminhado ao relator, o Ministro Sepúlveda Pertence. O caso de imprescritibilidade do crime de submeter trabalhadores a condição análoga a de escravo, cometido pelo fazendeiro Miguel Rezende, ainda será decidido na Corte Suprema.

Matéria (17/04/2007 - Maranhão)

Força Nacional cumpre reintegração de posse na UHE Estreito

A Força Nacional deve efetuar ainda nesta sexta-feira, 14, a reintegração de posse da entrada do canteiro de obras da UHE Estreito, no município de mesmo nome, no Maranhão. As centenas de manifestantes que estão no local temem que haja conflito, já que nenhuma representante do Consórcio Estreito Energia (Ceste) compareceu à reunião que aconteceu nesta quinta-feira, 13, à tarde, em Imperatriz (MA), para negociação. Os manifestantes já anunciaram que só saem local após uma negociação.

Matéria (14/03/2008 , Tocantins)

CDH comemora os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

O Centro de Direitos Humanos de Palmas - TO (CDHP) realizará no dia 10 de dezembro, às 14 horas, no auditório do Tribunal de Justiça do Tocantins um evento em comemoração aos 60 (sessenta anos) da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Serão tratados os temas: Pelo Direito Humano à Memória e à Verdade no Brasil (que trata da ditadura militar), Contra Informe (Relatório Sociedade Civil para ONU) e contextualização histórica dos Direitos Humanos com foco para os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Divilgação à imprensa: 10/12/2008 - Tocantins

Senador José Nery participa de reunião da Coetrae

O senador e presidente da Subcomissão Temporária de Combate ao Trabalho Escravo, José Nery (PSOL-PA), estará em Palmas, na tarde desta quinta-feira, 27, por volta das 15 horas, para participar de uma reunião da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae). A reunião será realizada no auditório da Secretaria da Cidadania e Justiça a partir das 14 horas.

José Nery está mobilizando outros senadores e deputados pela aprovação da PEC – Proposta de Emenda à Constituição nº 438, que prevê a desapropriação de terras onde sejam encontrados trabalhadores em situação análoga à de escravo.

A Coetrae foi criada em maio de 2007 e na sua composição estão representantes do governo do Estado, Tribunal Regional do Trabalho, Procuradoria Geral da República, Comissão Pastoral da Terra, Polícia Rodoviária Federal, ONG Alternativa para a Pequena Agricultura (Apato), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Tocantins (Fetaet), Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Tocantins e Movimento Estadual dos Direitos Humanos (MEDH).
(Com informações da Secom - TO)

Matéria (27/11/2008, Tocantins)

CPT será homenageada na IV Noite "Focus on Change", em Nova York

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) será homenageada na IV Noite "Focus on Change", em Nova York - EUA, nessa quinta-feira, 20. O coordenador da CPT Araguaia-Tocantins e membro da coordenação da Campanha Nacional da CPT contra o Trabalho Escravo, Silvano Rezende, participará da noite de gala beneficente da Witness, grupo internacional de direitos humanos. O evento será apresentado pelo cantor Peter Gabriel - co-fundador da entidade – e conta com uma participação musical de Lenine, Vampire Weekend, Maracatu NY e outros convidados.

A Witness utiliza o audiovisual para promover a discussão sobre os direitos humanos no mundo. A meta da entidade, fundada em 1992, é apresentar imagens não vistas, histórias não contadas e vozes raramente ouvidas. O Brasil estará em destaque na festa por conta do trabalho que a Witness realizou em conjunto com a CPT e o Centro Internacional pela Justiça e o Direito (CEJIL) contra o trabalho escravo no Brasil.

O documentário realizado em 2006, "Aprisionados por Promessas", tem se destacado pela sua ampla divulgação e a clareza de sua mensagem. O vídeo foi exibido, no Brasil e no exterior, para públicos dos mais diversificados, entre tomadores de decisão (ministros, congressistas, magistrados, executivos), organizações internacionais (OEA, OIT) e agentes dos movimentos sociais ou lideranças populares bem como grupos sociais em situação de vulnerabilidade ao aliciamento e ao trabalho escravo.

Divulgação à imprensa:19/11/2008 - Tocantins

Clique aqui e confira do documentário "Aprisionados por Promessas"

II Semana de Educação Inclusiva da UFT

Tem início amanhã (20), a partir das 8 horas, a II Semana de Educação Inclusiva da UFT, que acontece até o próximo sábado, na Fieto, em Araguaína. O evento contará com palestras como "Ensino da Matemática para pessoas com necessidades especiais", com o professor doutor José Ricardo e Souza Mafra, do curso de Matemática da UFT de Araguaína; e "A inclusão social ao longo da História: reconhecendo diferenças e combatendo desigualdades", com o professor mestre Flávio Henrique Dias Saldanha, do curso de História de Araguaína. E ainda com o relato do único aluno universitário surdocego do Brasil, Cristian Elvis Fernandes, da Universidade do Sagrado Coração, de Bauru – SP.

Também serão oferecidas oficinas de Braille e Libras, além de cursos como "Descobrindo a Surdocegueira: educação e comunicação", com a professora doutora Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento, do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF).

As inscrições podem ser feitas com antecedência, pela manhã e à noite, no campus da UFT, em Araguaína, ou no dia do evento, na Fieto.

Divulgação à imprensa: 19/11/2008 - Tocantins

Audiência pública discutirá situação de quilombolas despejados em Filadélfia

Nessa quarta-feira, 29, será realizada uma audiência pública na Câmara Municipal de Filadélfia - TO para discutir a situação do conflito ocorrido após o despejo de famílias quilombolas e as ameaças que estas estariam sofrendo desde então. No dia 8 de outubro oficiais de Justiça e policiais militares cumpriram ordem judicial e despejaram 10 famílias quilombolas das terras em que moravam, na Comunidade Grotão, em Filadélfia. A situação das famílias foi denunciada na semana passada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) ao Incra, à Secretária Especial de Direitos Humanos, ao Ministério Público Federal (MPF) e à Fundação Palmares. Na ocasião, a CPT afirmou que as casas e bens foram queimados com a conivência de policiais militares e de oficiais de Justiça.

A audiência pública para discutir essa situação terá início às 15 horas e é promovida pela Ouvidoria Agrária Nacional do Incra de Brasília. Estão confirmadas as presenças do presidente da Câmara Municipal de Filadélfia, Francisco Dantas de Oliveira; do comandante da Polícia Militar, tenente Gláuber Delamare Silva Alves; do presidente do Instituto de Terras, José Demétrio Reis Oliveira; do sub-comandante da Polícia Militar, major Henrique de Souza Lima Júnior, representando o comandante da PM da Polícia Militar, tenente-coronel Roosevelt da Silva Sales; do chefe da Unidade Avançada do Incra, Genivaldo Borges de Queiroz; e do coordenador da CPT, Edmundo Rodrigues Costa.

Também foram convidados o prefeito de Filadélfia, Pedro Iran Pereira do Espírito Santo; o promotor de Justiça Eurico Greco Puppio; a defensora pública geral, Estellamaris Postal; o delegado de Polícia Civil Antônio Gonçalves de Carvalho Neto; o superintendente regional do Incra, José Roberto Ribeiro Forzani; o presidente da Fundação Palmares, Edvaldo Mendes de Araújo; e a representante das famílias quilombolas, Maria Aparecida Gomes Rodrigues.

Divulgação à imprensa: 28/10/2008 - Tocantins

Situação de famílias quilombolas de Filadélfia que foram despejadas

Edmundo Rodrigues Costa
Comissão Pastoral da Terra - Araguaia/Tocantins


No dia 08 de outubro de 2008 foram despejadas 10 famílias da Comunidade Grotão no município de Filadélfia – TO. Essas famílias nasceram e se criaram nessa área e hoje estão alojadas na quadra de esportes do município numa situação desumana. Tudo isso aconteceu depois que o Juiz de Direito da Comarca concedeu o mandado de reintegração de posse aos "donos da propriedade".

Na ocasião do despejo, foram queimadas todas as casas das famílias com conivência dos dois Oficiais de Justiça (José do Fórum e Doutor Véu) e da Policia Militar. Muita coisa ficou para trás como, sacos de arroz, mandioca, animais, mantimentos, roupas e etc. Apenas duas pessoas puderam permanecer na área, que são os patriarcas Sr Cirilo, e Sr. Raimundo, que tiveram suas posses reconhecidas, e mesmo assim os dois estão isolados, por que seus filhos não puderam ficar com eles.

No dia 14 de outubro por volta da meia noite foi jogada uma bomba caseira na quadra onde as famílias estão despejadas.

Ontem dia 21 de outubro um dos netos do seu Cirilo o jovem Donizete Oliveira Reis foi preso dentro da área de seu avô, e segundo informação do mesmo, teria sido espancado pelos policiais militares. Ele foi ouvido no 1º Distrito Policial de Araguaína e logo depois foi encaminhado para a cadeia púbica de Filadélfia e até o momento não temos maiores informações de como ele se encontra.

As famílias continuam abrigadas na quadra de esporte do município, e as crianças estão tendo seus direitos desrespeitados, pois com o despejo as mesmas deixaram de assistir as aulas na escola da zona rural no qual são matriculadas.

A situação é desumana e preocupante, pois já foi protocolado no dia 17/10/08 sobre o número 08/006-8507-5 no Tribunal de Justiça do estado, um agravo de instrumento pedindo a suspensão da liminar de reintegração posse e até o momento não foi julgado.

Lembramos ainda que essas famílias se auto definem como comunidade Remanescente de Quilombo, e que no dia 15 de outubro a Fundação Palmares emitiu o certificado para essa comunidade reconhecendo como Quilombolas.

Diante da situação acima, pedimos com todo respeito as seguintes providências:
a - segurança pública para as famílias despejadas;
b – Segurança Pública para os dois patriarcas que que tiveram suas posses reconhecidas e que permanecem na área o Sr Cirilo e Sr Raimundo;
c- Demarcação do território dessas famílias;
d- Investigação para apurar o espancamento feito pelos Policiais Militares contra o jovem Donizete e a soltura do mesmo;
e- Investigação contra os dois oficias de justiça e que os culpados pela queima das casas das famílias sejam responsabilizados;
f- Pericia no local para comprovar a queima das casas dessas famílias e a perca de seus bens;
g- Transferência do processo para a Justiça Federal;
h- Que o Tribunal de Justiça do Estado, possa julgar logo o agravo de instrumento pedindo a suspensão da liminar de reintegração de posse e que as famílias possam voltar o mais rápido possível para suas terras onde nasceram e criaram seus filhos e netos.

Matéria (22/10/2008 - Tocantins)

Simpósio do Nurba terá presença de Ariovaldo Umbelino

O Núcleo de Estudos Urbanos, Regionais e Agrários (Nurba) realizará seu primeiro simpósio nos dias 25 a 27, no auditório do campus da Universidade Federal do Tocantins (UFT), parte central de Porto Nacional. A abertura do evento terá a presença do doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP) Ariovaldo Umbelino. O tema do evento é "As transformações espaço/territoriais no Tocantins".

O coordenador da organização do Simpósio, Roberto Souza Santos, explicou que o objetivo do evento é levar as discussões urbanas e agrárias às várias instâncias dos segmentos sociais, uma discussão que extrapole os muros da universidade. "A ciência em si não pode ficar nos corredores da academia, é necessário socializar o conhecimento", argumentou.

Roberto ressaltou que os participantes do simpósio terão a oportunidade de apresentar trabalhos e assistir a palestras. A discussão girará em torno dos conflitos sócio-territoriais, urbanos e agrários. Segundo o professor, dentro da discussão proposta para o Simpósio, Ariovaldo tem um grande potencial para contribuir no debate, principalmente, sobre as questões agrárias.

Foram convidados para o simpósio estudantes do ensino médio, comunidade universitária e movimentos sociais.

Matéria (23/09/2008 - Tocantis)

Artigo: Estado laico, lacunas jurídicas e homossexualidade


Marcelo Soares Oliveira
advogado do Centro de Referência GLBT de Palmas - TO


No instante em que o Brasil se tornou uma República o Estado deixou de possuir uma religião oficial, tornando-se um Estado laico, isso desde o fim do século XIX.

A separação existente entre o Estado e a religião se refletiu indubitavelmente nos costumes, nos hábitos e na moral, nos atos que são praticados por seus funcionários. Dentre eles devemos destacar a atuação das pessoas que nos representam nas diversas Casas Legislativas municipais, estaduais e da União.

Assim, quando age como representante da sociedade, o legislador deve pensar em todos e procurar legislar para todo o povo que representa, sem ficar acorrentado por uma moral que muitas vezes só faz disseminar mais e mais preconceito e injustiças.

Sempre é bom lembrar que o Brasil tem como fundamento a dignidade do ser humano e, no preâmbulo de sua Constituição, o País se propõe a ser um Estado fraternal, pluralista e sem preconceitos.

Isso significa dizer que a atitude de cada um de nós nos diversos cantos do nosso país e, principalmente, a dos representantes do poder público, deve estar pautada no extermínio das atitudes discriminatórias e na amplificação da cidadania e dos direitos humanos fundamentais do ser humano.

A discriminação emperra o desenvolvimento de um país, a intolerância, a falta de capacidade de conviver com o diferente só gera problemas, desordem, desarmonização, enfim, prejuízos.

Estima-se que no Brasil existam cerca de 18 milhões de cidadãos homossexuais, além de outros tantos bissexuais. É uma parcela grande da sociedade.

Contudo, a legislação atual não abraça o público GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros), o que gera uma lacuna jurídica enorme e sem solução para as demandas que surgem na sociedade. Toda essa situação se forma devido à falta de coragem de legislar para pessoas que exercitam sua orientação, sua sexualidade, sua identidade sexual, fora dos padrões da heteronormatividade vigentes no país.

Tentando melhorar um pouco a situação, e obrigados pela lei de introdução ao Código Civil, os juízes vêm usando a analogia para conceder direitos ao público GLBT, uma cidadania que quase sempre lhes é negada.

Diversos projetos de lei tramitam no Congresso Nacional para regulamentação do modo de vida do público GLBT, tentando regular as relações homoafetivas, punir atitudes homofóbicas, reconhecer o direito à livre orientação sexual, enfim regularizando e punindo atitudes que estigmatizam uma parcela da sociedade e que são terminantemente proibidas pela Constituição da República Federativa do Brasil.

A grande maioria dos projetos não anda, reféns que são dos posicionamentos das bancadas religiosas, deputados que, pasmem, estão lá para a defesa da sociedade em geral.

Esses mandatários repudiam o direito à diferença, desconsideram a afetividade existente nas relações homoafetivas, emperram o exercício de direitos, produzem mais disparidade e diferença na sociedade.

Agem cegos da responsabilidade de agir com fraternidade, com solidariedade, com amor. Atitude que afronta os princípios mais comezinhos da Carta Magna, especialmente a liberdade, o direito á inviolabilidade da intimidade e da vida privada.

Renegociação de dívidas do crédito rural encerra dia 30

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Tocantins (Fetaet), Antônio de Sá, alertou para o encerramento do prazo, dia 30, para renegociação das dívidas dos agricultores do crédito rural. De Sá explicou que os agricultores devem procurar os bancos, no qual pegaram o crédito, para discutir a quitação do crédito ou parcelamento da dívida.

De Sá explicou que uma das grandes vantagens para o agricultor é que o crédito rural adquirido pelo grupo de agricultores poderá ter sua negociação feita individualmente. O agricultor não depende da quitação de todo o empréstimo, poderá discutir apenas a sua parte da dívida com as instituições financeiras.

Esta ação é baseada na Medida Provisória 432, editada pelo governo federal em maio deste ano, que prevê ações que estimula a liquidação ou regularização de dívidas originárias de operações de crédito rural e de crédito fundiário. O objetivo da renegociação é permitir o retorno de agricultores ao sistema de crédito, antes inaptos devido a inadimplência.

Além de conceder novos prazos e descontos para a quitação de dívidas rurais, a medida provisória prevê o barateamento de financiamentos dos mutuários que estiverem com seus contratos regularizados nos prazos estabelecidos. No caso das operações de Crédito Fundiário, contratadas por meio dos extintos programas Banco da Terra e Cédula da Terra, as taxas de juros foram reduzidas e os contratos passarão a ter direito a bônus de adimplência.

O presidente da Fetaet detalhou que para o beneficiário ter acesso a essas medidas, é preciso que vá a agência bancária, onde firmou seu contrato de financiamento, até o dia 30, e declare sua intenção em renegociar e/ou individualizar o financiamento. Poderão ser manifestadas as duas intenções em mesmo documento, se o agricultor achar necessário.

Divulgação à imprensa: 17/09/2008 - Tocantins

Madeireiros invadem terra indígena no Maranhão e atiram contra casas

Madeireiros fortemente armados invadiram, no sábado (23), as aldeias Catitu e Buracão, do povo Guajajara - Tentehar, no município de Amarante (MA), a 432 quilômetros de São Luis, e atiraram incessantemente contra as casas. Eles teriam ido ao local resgatar o motor de um caminhão madeireiro abandonado próximo a aldeia. Nenhum indígena foi ferido devido a terem fugido para a mata, no entanto as duas aldeias estão abandonadas e o clima é de terror na região. O procurador da República no município de Imperatriz (MA), Pedro Henrique, e o secretário estadual da Igualdade Racial, João Francisco, já foram informados do acontecimento e afirmaram que devem tomar as providências necessárias.

O caminhão que estava abandonado é o mesmo que, em 15 de outubro de 2007, provocou a invasão da aldeia Guajajara Lagoa Comprida, terminando no assassinato deTomé Guajajara, de 60 anos. Desde aquela época, os indígenas cobram da Funai a retirada do caminhão do local. Diziam que a permanência do automóvel dentro da terra indígena poderia trazer novos conflitos, mesmo assim a Funai não teria tomado providências.

Divulgação à imprensa: 26/08/2008 - Maranhão

Artigo: Adolescência e Homossexualidade


Naila Soraya Fonseca dos Reis,
graduada em Serviço Social e assistente social do Centro de Referência LGBT do Giama

A adolescência é um estágio de grande intensificação das manifestações sexuais em que o adolescente passa a ter uma nova imagem corporal e psicológica. É nesse momento que pode buscar o caminho tanto da homossexualidade como da heterossexualidade.

A maioria dos adolescentes tende a se manifestar quando já se considera independente e sente-se mais seguro em relação à sua orientação sexual, alguns não se revelam nunca, pois é difícil para o adolescente assumir sua homossexualidade devido a rejeição, preconceito e a discriminação existentes na família, escola, sociedade, etc. Por isso, muitos jovens não se expõem e acabam se isolando, ou seja, não tem coragem de contar e muito menos compartilhar com alguém este sofrimento, tentando se defender da homofobia presente na sociedade.

É muito comum nesta fase, adolescentes serem expulsos de casa por seus familiares que não respeitam sua condição por causa de sua forma de amar, por não saber lidar com a diversidade humana.

Vale ressaltar que ser homossexual não é questão de escolha, mas sim uma condição da pessoa, que deve ser respeitada. Assim a homossexualidade não pode ser considerada doença, distúrbio ou perversão, pois a OMS (Organização Mundial de Saúde) o CFM (Conselho Federal de Medicina) e CFP (Conselho Federal de Psicologia) a retiraram os manuais de doença ou desvios sexuais.

Foi entregue para as categorias que trabalham a questão e para a sociedade brasileira a Resolução 489-06 que "estabelece normas vedando condutas discriminatórias ou preconceituosas, por orientação e expressão sexual, por pessoas do mesmo sexo, no exercício profissional do assistente social, regulamentando princípios inscritos no Código de Ética Profissional". Esta resolução se constitui num importante instrumento de luta para democratizar os espaços institucionais e para estimular o exercício profissional sem discriminar e sem ser discriminado por orientação sexual.

Contudo, o Serviço Social luta para que os homossexuais tenham seus direitos de cidadãos garantidos por lei, bem como o acesso desses atores sociais ao serviço de qualidade prestados pelo Estado e a sociedade como um todo.

A adolescência é um estágio de grande intensificação das manifestações sexuais em que o adolescente passa a ter uma nova imagem corporal e psicológica. É nesse momento que pode buscar o caminho tanto da homossexualidade como da heterossexualidade.

A maioria dos adolescentes tende a se manifestar quando já se considera independente e sente-se mais seguro em relação à sua orientação sexual, alguns não se revelam nunca, pois é difícil para o adolescente assumir sua homossexualidade devido a rejeição, preconceito e a discriminação existentes na família, escola, sociedade, etc. Por isso, muitos jovens não se expõem e acabam se isolando, ou seja, não tem coragem de contar e muito menos compartilhar com alguém este sofrimento, tentando se defender da homofobia presente na sociedade.

É muito comum nesta fase, adolescentes serem expulsos de casa por seus familiares que não respeitam sua condição por causa de sua forma de amar, por não saber lidar com a diversidade humana.

Vale ressaltar que ser homossexual não é questão de escolha, mas sim uma condição da pessoa, que deve ser respeitada. Assim a homossexualidade não pode ser considerada doença, distúrbio ou perversão, pois a OMS (Organização Mundial de Saúde) o CFM (Conselho Federal de Medicina) e CFP (Conselho Federal de Psicologia) a retiraram os manuais de doença ou desvios sexuais.

Foi entregue para as categorias que trabalham a questão e para a sociedade brasileira a Resolução 489-06 que "estabelece normas vedando condutas discriminatórias ou preconceituosas, por orientação e expressão sexual, por pessoas do mesmo sexo, no exercício profissional do assistente social, regulamentando princípios inscritos no Código de Ética Profissional". Esta resolução se constitui num importante instrumento de luta para democratizar os espaços institucionais e para estimular o exercício profissional sem discriminar e sem ser discriminado por orientação sexual.

Contudo, o Serviço Social luta para que os homossexuais tenham seus direitos de cidadãos garantidos por lei, bem como o acesso desses atores sociais ao serviço de qualidade prestados pelo Estado e a sociedade como um todo.

Indígenas e quilombolas no Maranhão e Pará podem ser impactados por UHE

Quilombolas e indígenas devem ser impactados pela construção da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE Estreito), que está sendo construída no rio Tocantins pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste), entre os Estados do Maranhão e Tocantins. É o que afirmam pareceres técnicos da Funai e do Ministério Público Federal (MPF). No parecer do MPF sobre o EIA/RIMA da UHE Estreito, assinado pela antropóloga Maria Fernanda Paranhos, é denunciado que "a maior parte das sociedades atingidas em nível local não foi contemplada nos objetivos e estudos do Projeto".

Exemplo são as comunidades quilombolas localizadas no Maranhão e Pará apresentadas pelo parecer da 6° Câmara do MPF. "Já foram identificados três quilombos: dois no Pará, São Pedro da Água Branca, no município de Abel Figueiredo, e Casca Seca, no Município de Bom Jesus do Tocantins; e no estado do Maranhão, o quilombo Buritirama, em Imperatriz". Tanto comunidades quilombolas quanto indígenas podem ser atingidas porque a resolução CONAMA n° 01/86 define que os estudos de impacto ambiental não se limitam apenas à área em que será formado o lago da usina, mas toda sua bacia hidrográfica.

Comunidades indígenas, como a Krahô e Apinajé, localizadas no Estado do Tocantins, também estão na lista dos possíveis impactados pelo enchimento do lago da UHE Estreito. Mas não teriam sido consideradas pelo EIA/RIMA elaborado pelo Ceste, de acordo com a ação civil pública apresentada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Associação de Desenvolvimento e Preservação dos rios Araguaia e Tocantins (Adeprato), apesar. Além disso, o Congresso Nacional não teria autorizado o licenciamento da obra, como é exigido pela constituição brasileira, no caso de projetos em terras indígenas.

Em outro documento do MPF (da 4° Câmara de Coordenação e Revisão), a análise dos peritos do IBAMA sobre o EIA/RIMA são avaliados. Segundo ele, a equipe de peritos do IBAMA preferiu não atestar a viabilidade da usina devido "a inserção do empreendimento em uma região de ambiente natural ímpar". Ainda, destacam "a importância da área por compor ambiente de ecótono entre cerrado, caatinga e Amazônia, ratificada pelo PROBIO – MMA como área prioritária para conservação da biodiversidade".

Outra polêmica
A UHE Estreito, a maior entre as 45 usinas licitadas entre 1998 e 2002, provocará impactos ambientais e sociais ainda incalculados. Pretende-se que ela seja construída numa área, que segundo estudos do Ministério do Meio Ambiente, deveria ser implantada uma Unidade de Conservação. Localizada no chamado Polígono das Águas – Sudoeste do Maranhão, a criação dessa unidade de conservação seria de extrema prioridade, de acordo com a tabela de Á reas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade.

Essa unidade de conservação abrangeria os municípios tocantinenses de Babaçulância, Barra do Ouro, Filadélfia, Goiatins, Itapiratins e Palmeirante, além dos municípios maranhenses de Carolina e Riachão. Com exceção do município de Riachão, todos esses municípios serão atingidos pelos efeitos da construção da Usina, que vai impactar direta e indiretamente mais de 22 municípios. O parque nacional Chapada das Mesas, no município de Carolina (MA) e o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas, em Filadélfia (TO), também estão na área de impacto provocado pela UHE Estreito.

Matéria (12/03/2008 - Tocantins)

Ribeirinhos protestam em frente a construção da Usina Hidrelétrica de Estreito

Cerca de 400 ribeirinhos, agricultores, pescadores, extrativistas, barqueiros, barraqueiros, tentaram ocupar o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica (UHE) de Estreito nesta terça-feira, 11, às 6 horas. A Polícia Militar do Maranhão, segundo o coordenador estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Cirineu Rocha, esperava pelos manifestantes, com alguns tiros para o alto, impediram os de entrar no canteiro de obra. Os ribeirinhos estão acampados na entrada principal da construção da barragem, em protesto, não permitem a entrada dos funcionários na obra.

Rocha disse que ainda nesta terça-feira chegarão os indígenas Krahô e Apinajé para reivindicarem junto com os ribeirinhos uma audiência com os órgãos responsáveis do governo federal pela construção da hidrelétrica. O coordenador do MAB informou que a expectativa é que chegue a 1000 manifestantes em frente a barragem do Estreito. "Reivindicamos a criação de um espaço para discutir as nossas propostas em relação a hidrelétrica", ressaltou.

A construção de barragens no Brasil e no mundo tem causado a destruição de florestas, a morte de animais, o desmatamento de florestas, o fim de muitas espécies de peixes, o fim das vazantes. O impacto vai além do ambiental, como também político, econômico, social e cultural. As hidrelétricas provocam o aumento de preço dos alimentos, desaparecimento das melhores áreas de terra, o deslocamento de milhares de famílias, liberação de gás metano, aumento do aquecimento da terra, destruição de famílias, comunidades, cidades.

Estreito
A UHE de Estreito não e diferente do que tem acontecido em outros processos de construção de usinas, ate porque as pessoas que estão à frente deste projeto são as mesmas que já fizeram muita destruição em outros rios, em outros lugares. O presidente do CESTE, consórcio que constrói a hidrelétrica, é a mesma pessoa que comandou o fim de varias comunidades e famílias em Serra da Mesa, e ainda esteve a frente da construção de Cana Brava onde o destino de centenas de famílias foi construir uma favela na cidade de Minaçu, e passarem a depender de cestas básicas do governo federal.

Estreito faz parte das obras "licitadas", ou melhor, "doadas" às empresas que exploram minérios como: alumínio e ferro. Ou seja, a energia produzida na barragem será utilizada nas plantas de alumínio e nas siderúrgicas, e estas serão exportadas para os países de primeiro mundo. "Essas empresas de vários países estão fazendo com o Brasil o mesmo que os portugueses fizeram roubando as nossas riquezas para manter o padrão de vida deles. E nos ficamos com o que com os problemas como: a violência, a prostituição, as DSTs e a fome".

Divulgação à imprensa:11/03/2008 - Maranhão

Ex-juiz de Araguaína será interrogado pela morte do Padre Josimo

Está marcado para sexta-feira, 21, às 14 horas, em Araguaína (TO), o interrogatório do procurador municipal e juiz aposentado, João Batista de Castro Neto, acusado de ser um dos mandantes da morte do Pe. Josimo Morais Tavares, que foi assassinado em Imperatriz (MA) no dia 10 de maio de 1986. O interrogatório será realizado na Vara de Precatórias da Comarca de Araguaína (TO), que tem como responsável o juiz Edson Paulo Lins.

No dia 25 de abril de 2006, o juiz da 1ª Vara Criminal de Imperatriz recebeu a denúncia contra João Batista de Castro Neto e os fazendeiros José Elvécio Vilarino e Pedro Vilarino Ferreira, onde são apontados como mandantes do crime.

De acordo com a denúncia, João Batista de Castro Neto, José Elvécio Vilarino, Pedro Vilarino Ferreira e, ainda, Osmar Teodoro da Silva e Geraldo Paulo Vieira reuniram-se várias vezes com o propósito de organizar a morte do padre, inclusive deliberando acerca da arma que deveria ser utilizada e quem deveria ser contratado para a execução.

Andamento do processo
O ex-juiz do Estado do Tocantins, hoje aposentado, João Batista reside na cidade de Araguaína (TO), onde exerce a profissão de advogado, assume o cargo de procurador do município e é proprietário de terras na região do Bico do Papagaio.

Ainda em 2006, a Comarca de Imperatriz-MA expediu Carta Precatória para citação, interrogatório e apresentação de defesa prévia do acusado, para a Comarca de Araguaína. O interrogatório foi marcado para o mês de novembro daquele ano, mas fora adiado por falta de intimação do acusado. Nesse mesmo período, João Batista ingressou com um Habeas Corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, a fim de anular o referido processo criminal. O Tribunal indeferiu seu pedido. O interrogatório foi remarcado para 02/03/07, mas desta vez, o acusado ingressou com uma ação de exceção de incompetência do juízo, requerendo também a suspensão do interrogatório. Novamente seu pedido foi negado. Com isso, a nova data do interrogatório, 21 de dezembro de 2007, foi marcada.

O crime
Padre Josimo foi assassinado no dia 10 de maio de 1986, enquanto subia as escadas do prédio da Mitra Diocesana de Imperatriz (MA), onde funcionava o escritório da Comissão Pastoral da Terra Araguaia-Tocantins. O pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa efetuou dois disparos com uma pistola de calibre 7,65. Para executar a vítima contou com a participação de Vilson Nunes Cardoso. Este nunca foi encontrado para ser julgado.

O caso vem sendo acompanhado pela assessoria jurídica do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia - MA (CDVDH), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Tocantins( FETAET).

Divulgação à imprensa: 19/12/2007 - Tocantins

Governo do Tocantins assina Plano de Erradicação do Trabalho Escravo

O governador Marcelo Miranda (PMDB) assinou o Plano Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (PEETE/TO) nesta quarta-feira, 28, às 15 horas, no Palácio Araguaia. A solenidade foi aberta com a exibição do documentário "Aprisionados por promessas – a escravidão rural contemporânea no Brasil". O documento foi elaborado pela Comissão de Erradicação do Trabalho Escravo do Estado do Tocantins (Coetrae/TO).

O objetivo do plano é erradicar o trabalho forçado ou em condições análogos às de escravo no Tocantins. A ação terá ênfase nos grupos de risco, mediante a realização de ações pautadas no combate às causas estruturais e voltadas para a prevenção, educação, repressão e políticas públicas para geração de alternativas de trabalho e renda. A estratégia para a elaboração do plano foi basear em nas ações o Plano Plurianual 2004/2007, para não ter proposições muito divergentes das atividades já realizadas para agilizar na implantação do PEETE/TO.

As diretrizes do plano dispõe sobre à vida e à dignidade humana, liberdade, justiça, igualdade, educação, saúde, previdência, assistência social, trabalho e acesso a terra, à alimentação, à cultura e ao lazer. Os instrumentos e as ações têm como prioridade declarar a erradicação do trabalho escravo contemporâneo como uma prioridade do Estado. Promover ações de conscientização e sensibilização popular para que inibam o aliciamento de trabalhadores em grupos de risco por meio de campanhas publicitárias na mídia estadual, de seminários e palestras nas regiões.

São 50 medidas de prevenção, repressão e inclusão social, com o objetivo de erradicar o trabalho forçado ou em condições análogas às de escravo no Tocantins. Ações como a busca da adesão de parlamentares tocantinenses no projeto de Emenda Constitucional 438, que determina o confisco de terras onde for encontrado trabalho escravo e o recenseamento das terras do Estado e da União a fim de que sejam disponibilizadas para a implantação de assentamentos.

Outras ações previstas são a regularização das pequenas posses de famílias que vivem em terras públicas, priorizando os municípios de maior incidência de trabalho escravo e garantir às vítimas resgatadas inclusão em programas de assistência social e acesso à terra.

Segundo o coordenador da Campanha Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) contra o Trabalho Escravo, frei Xavier Plassat, o grande causador do Trabalho Escravo é o avanço das fronteiras agrícolas. Quando cresce o plantio de soja, de cana-de-açúcar, de eucalipto, muitas vezes os agricultores familiares, assentados e posseiros são prejudicados. Ele cita os exemplos dos municípios de Campos Lindos e Goiatins, onde o avanço dessas monoculturas além de ser problemático para o meio ambiente, provoca a concentração de terra. Plassat, então, considera importantes as medidas existentes no plano. "Ele está dizendo que o Governo se compromete em regularizar a questão fundiária dos pequenos agricultores em terras públicas e prioriza as ações de reforma agrária nos municípios mais atingidos pelo trabalho escravo", disse.

Coetrae
A Coetrae foi criada em abril de 2006 e é composta pelos representantes do Executivo estadual: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seagro), Secretaria da Educação e Cultura (Seduc), Secretaria da Segurança Pública (SSP), Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, Instituto de Terras do Estado do Tocantins (Itertins). Participam da comissão também representante do Tribunal Regional do Trabalho, da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), da Polícia Rodoviária Federal e do Incra. Além das entidades Centro de Direitos Humanos de Araguaína (CDHA), Alternativa para a Pequena Agricultura no Tocantins (Apato), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Tocantins (Fetaet). E a Comissão Pastoral da Terra (CPT) que é observadora.

O caso
Plassat visitou em outubro as secretarias estaduais de Planejamento (Seplan) e da Cidadania e Justiça, cobrando o andamento do plano. O frei disse que desde a instalação da Coetrae aconteceu um seminário de capacitação e elaborou-se e aprovou um plano de Erradicação do Trabalho Escravo, porém ainda não tinha sido aprovado o plano. "O plano foi encaminhado para a Casa Civil em maio e até o momento não tínhamos notícias do processo. Eu queria saber se o plano estava no ar ou numa gaveta", explicou.

Situação do Tocantins
O Estado teve momentos muito críticos em relação ao Trabalho Escravo, e segundo avaliação de Plassat, o Tocantins continua na média dos últimos quatro anos, já com 3.600 trabalhadores libertos. A CPT recebeu 18 denúncias de trabalho escravo, um número um pouco abaixo dos últimos anos, que é visto como satisfatório pela entidade. Mas por outro lado aumentou as denúncias por superexploração e trabalho degradante. O Estado está em segundo lugar na lista suja com 43 membros. Já foram regatados até o momento 88 trabalhadores.

Matéria (30/11/2007 - Tocantins)

Em Filadélfia, 80 famílias do MST são despejadas da fazenda Saco da Serra

Maria dos Anjos R. Sousa
Comissão Pastoral da Terra (CPT) Araguaia/Tocantins


Nesta quarta-feira, 26 de setembro, 80 famílias do Movimento Sem Terra (MST) foram despejadas da fazenda Saco da Serra, no município de Filadélfia – TO. Segundo o INCRA, a fazenda está localizada em terras da União Federal, apropriada ilegalmente pelo fazendeiro de nome Altamir.

As famílias haviam ocupado a área desde o mês de agosto passado. O juiz da comarca de Filadélfia, Dr. Edson Paulo Lins, concedeu reintegração de posse sem sequer realizar audiência de justificação.

O comandante da operação, Tenente Farias, apresentou a reintegração de posse e as famílias sairam passivamente. Em seguida, derrubaram todos os barracos que foram queimados por pistoleiros da fazenda.

Esta é uma região onde existem muitas áreas da União apropriadas ilegalmente por fazendeiros.

Diante de mais um fato que desrespeita o direito dos trabalhadores de terem acesso à terra, solicitamos ao INCRA que sejam tomadas as providências necessárias para que a área seja destinada à reforma agrária e ao assentamento das famílias Sem Terra.

Divulgação à imprensa:
26/09/2007 - Tocantins

Anulação do Leilão da Vale é tema de seminário na UFT

Seminário sobre o Plebiscito de Anulação do Leilão da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) está ocorrendo desde a manhã de hoje no auditório do Bloco A do Campus de Palmas da Universidade Federal do Tocantins. A programação é a mesma nos três horários, às 9h, 15h e 20h. No evento um documentário que conta o processo de privatização da Vale é exibido e em seguida há palestra e debate com Cirineu da Rocha, coordenador estadual no Tocantins do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB).

Iniciativa de organizações populares em todo o Brasil, o Plebiscito não tem uma caráter oficial. Seu objetivo é dar maior visibilidade ao debate de anulação do Leilão em que a CVRD foi privatizada, denunciando as irregularidades ocorridas na venda da segunda maior empresa de mineração do mundo.

Privatizada em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a CVDR tinha seu valor estimado em mais de 40 bilhões de reais. A empresa, no entanto, foi vendida por 3,3 bilhões, número inferior até ao lucro do ano seguinte, 10 bilhões de reais. O vínculo entre quem fez a avaliação do valor de venda da CVDR e dos compradores da empresa ocorreu também no processo de privatização. O Bradesco, por exemplo, participou do consórcio de avaliação e hoje é o maior acionista privado da Vale.

Com essas e demais irregularidades, no ano de 2005, o Tribunal Regional Federal, em Brasília, reconheceu a ilegalidade na venda da Vale do Rio Doce. O que torna possível a anulação do leilão. São réus no caso da Vale o ex-presidente Fernando Henrique, a União e o BNDS, dentre outros 15 citados.

Em todo o Brasil, o Plebiscito Popular pela Anulação do Leilão da CVRD acontece desde o dia 1° e continuará até 9 de setembro. No Tocantins, em cidades como Araguaina, Augustinópolis, Gurupi, Miracema, Cristalândia e Palmas urnas foram colocadas em escolas, universidades, feiras e bancos. Em Palmas os visitantes da Feira do Bosque puderam votar a favor ou contra a anulação do Leilão da Vale.

Locais de votação em Palmas
Feira da 307 norte, Colégio Castro Alves, Colégio Luiz Gonzaga, sede do MNLM, Escola Tom Jobim, Papelaria Moderna, Faculdade Católica, UFT, Colégio São José, Feira do Bosque, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil nas avenida JK e Teotônio Segurado, Galeria Bela Palma, Colégio Estadual de Palmas e Frederico Pedreira.

Locais de Votação em Porto Nacional
Feira Livre de Porto Nacional dia 02/09, das 7 às 11horas. No Festival "CINE AR LIVRE" DAS 19 às 23Hrs. Na escola Familia Agricola-EFA, CEM Florencio Aires, Escola Estadual de Pinheirópolis. UFT, IESPN, Assentamento do Prata, Assentamento Santo Antonio, Feira do Cabaçaco dia 08/09 e na Praça do Centenário durante o desfile de 7 de setembro.

Entidades na organização do Plebiscito no Tocantins
Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Casa 8 de março, MST, Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Coopter, Roda de Fiar, Comissão Pastoral da terra (CPT), Centro de Direitos Humanos de Cristalândia, Rede de Educação Cidadã, APA-TO, Pastoral da Juventude Rural (PJR), Centro de Direitos Humanos de Palmas (CDHP), Sesduft, Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, Fetaet.

Matéria (05/09/2007 - Tocantins)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Via Campesina e indígenas ocupam ponte de Estreito; protesto contra a hidrelétrica


Cerca de 700 pessoas, agricultores, pescadores, extrativistas, barqueiros, barraqueiros e os povos indígenas Krahô, Krahô-Canela, Xerente, Apinajé, Krikati, Gavião que estão sendo ameaçados pelo projeto de barragem de Estreito no Rio Tocantins entre os Estados do Tocantins e Maranhão, protestam hoje (16/04/07), desde as nove horas, contra a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Estreito.

O ato de fechar a ponte de Estreito denuncia a forma com que o consórcio (Tractebel, Alcoa, Camargo, Correia e Companhia Vale do Rio Doce) quer construir a barragem, autoritária sem diálogo com as populações atingidas.

A construção de barragens no Brasil e no mundo tem causado destruição de florestas, a morte de animais, o desmatamento de florestas, o fim de muitas espécies de peixes, o fim das vazantes, aumento de preço dos alimentos, desaparecimento das melhores áreas de terra, o deslocamento de milhares de famílias, liberação de gás metano, aumento do aquecimento da terra, destruição de famílias, comunidades, cidades.

UHE de Estreito
A Usina Hidrelétrica de Estreito não é diferente do que tem acontecido em outros processos de construção de usinas, ate porque as pessoas que estão à frente desses projetos de destruição são as mesmas que já fizeram muita destruição em outros rios, em outros lugares, por exemplo, o presidente do Ceste e a mesmo pessoa que comandou o fim de várias comunidades e famílias em Serra da Mesa e ainda esteve a frente da construção de Cana Brava, onde o destino de centenas de famílias foi construir uma favela na cidade de Minaçu e aí viver dependendo de cestas básicas do governo federal.

A hidrelétrica faz parte das obras "licitadas", ou melhor, doadas às empresas que exploram minérios como: alumínio e ferro, ou seja, a energia produzida nesta barragem será utilizada nas plantas de alumínio e nas siderúrgicas e estas exportarem para os países de primeiro mundo as nossas riquezas, essas empresas de vários países estão fazendo com o Brasil o mesmo que os portugueses fizeram roubando as nossas riquezas para manter o padrão de vida deles. E nos ficamos com o que com os problemas como: a violência, a prostituição, as DST´s e a fome.

Porque somos contra a UHE de Estreito:
- O Ceste Não reconhece os impactos que a construção dessa barragem causará aos povos Indígenas Krahó, Apinajé, Krikati e Gaviões;
- Não reconhece a dimensão dos problemas ambientais e sociais que causara as famílias, as comunidades, às cidades e ao povo brasileiro;
- Não reconhece as famílias, as pessoas que sobrevivem e tiram a sua sobrevivência da área que esta sendo ameaçada pela formação do lago;
- Não reconhece os problemas que causará a infra-estrutura das cidades, como: esgoto, educação, saúde, etc, o que tem proposto e a transferência de sua responsabilidade para os cofres públicos;
- Porque a energia produzida não vai gerar o desenvolvimento, pois o que esta sendo proposto e para produção de alumínio e ferro para exportação para o primeiro mundo;
- Porque os impactos sociais e ambientais serão maiores que os benefícios que muitos estão iludidos pelos políticos e pela empresa.

O que propomos ou o que queremos:
- A revogação da Licença de Instalação de imediato;
- O reconhecimento por parte do Consórcio dos problemas/impactos que causará a construção da barragem: aos povos indígenas, as famílias ribeirinhas, as comunidades, as cidades, e ao povo brasileiro.

NÃO ÀS BARRAGENS, NÃO A DESTRUIÇÃO DO MEIO AMBIENTE E NÃO À EXPULSÃO DAS FAMÍLIAS DE SUAS TERRAS.